domingo, 2 de junho de 2013

ANGIOSPERMAS

                As angiospermas formam um filo Anthophyta  (antos = flor; e fito = planta), que se diversificou pelo planeta graças a seu eficiente sistema de vasos condutores e à presença de flores e frutos (estrutura exclusiva desses vegetais), que ajudam na dispersão da planta.
                As angiospermas possuem flores típicas, em cujo interior há folhas reprodutoras, os carpelos, que se fecham formando um vaso, no qual se desenvolvem as sementes. Após a fecundação parte do carpelo (ou pistilo) transforma-se em fruto.
                A planta propriamente dita é o esporófito. O gametófito extremamente reduzido, fica dentro dos tecidos do esporófito.

FLOR
                Uma flor completa é formada por: Pedúnculo ou pedicelo, haste de sustentação que prende a flor ao caule; receptáculo, extremidade do pedúnculo, geralmente dilatada, na qual se prendem os verticilos florais, conjunto de folhas modificadas ou esporófilas, em geral dispostas em círculo. Na maioria das flores, da periferia para o centro, há 4 verticilos:
·         Cálice, conjunto de folhas protetoras, geralmente verdes, chamadas sépalas;
·         Corola, formada por esporófilas chamadas pétalas, que servem, indiretamente, para a reprodução por atraírem os animais polinizadores com suas cores, aromas ou secreções adocicadas;
·         Androceu (andro = masculino), formado por estames, que correspondem a microsporófilos, folhas especializadas na produção dos micrósporos (originam o gametófito masculino). Os estames possuem um pedúnculo (filete), com uma dilatação na extremidade (antera);
·         Gineceu (gino =  feminino), formado por folhas modificadas, os carpelos, que se enrolam e se soldam formando os pistilos, que produzem os megásporos, originando o gametófito feminino. A base dilatada é o ovário. Na extremidade oposta há uma dilatação, o estigma, que se liga ao ovário pelo estilete.
              Algumas plantas são dioicas (flores apenas com estames em um pé e carpelos em outro) e monóicas (flores hermafroditas, isto é, com estames e carpelos, no mesmo pé, flores apenas com estames e flores apenas com carpelos).

              As flores agrupadas em um mesmo pedúnculo, constituindo uma inflorescência, podem ser consideradas vantagem evolutiva, porque são mais facilmente percebidas pelo polinizador do que uma flor isolada.

PRODUÇÃO DE MICRÓSPOROS E DO GAMETÓFITO MASCULINO
              A produção de micrósporos ocorre nos estames, nos quais há os sacos polínicos, que correspondem a microsporângios. Em cada saco polínico existem várias células-mães dos esporos, que sofrem meiose e formam esporos haplóides. Dentro do saco polínico, o esporo sofre mitose e forma o grão de pólen (gametófito masculino). Dessa mitose, originam-se duas células: a célula reprodutora ou geradora e a célula vegetativa ou do tubo. O conjunto por uma capa de duas paredes: a interna, celulósica, chamada intina, e a externa, mais resistente, chamada exina. Na superfície desta aparecem espinhos ou outras estruturas que protegem o grão de pólen e facilitam a sua aderência ao estigma, para o qual deve ser levado durante a polinização.

FORMAÇÃO DE MEGÁSPOROS E DO GAMETÓFITO FEMININO
              A produção de megásporos ocorre no pistilo. No ovário pode-se encontrar um ou vários macrosporângios (óvulos), presos ao ovário por um pedúnculo. Cada óvulo possui um tecido, anucela, protegido por tegumentos. O externo é a primina e o interno, é a secundina. Esses tegumentos apresentam uma abertura, a micrópila.
              A célula-mãe do esporo sofre meiose e origina quatro células haplóides, das quais só uma sobrevive, o megásporo. Este sofre três divisões nucleares e forma uma massa citoplasmática com oito núcleos haplóides, dos quais três permanecem em um pólo e três vão para o pólo oposto, onde são envolvidos por membranas plasmáticas e individualizam-se como células. Os outros dois migram para o centro, formando os núcleos polares (que podem unir-se e formar a célula central ou núcleo secundário). Desse modo, surge o gametófito feminino, chamado saco embrionário e constituído por três antípodas, dois núcleos polares e uma oosfera (gameta feminino), ladeada por duas sinérgides.

POLINIZAÇÃO
              Embora muitas flores apresentem, estames e pistilos, existem mecanismos que evitam a autofecundação; por exemplo, a incompatibilidade genética entre o grão de pólen e o carpelo da mesma planta ou o amadurecimento do estame e do pistilo em épocas diferentes (dicogamia).
              Quando o estame amadurece primeiro ocorre protandria. Se o gineceu for o primeiro ocorre protoginia. Tais mecanismos favorecem a fecundação cruzada, mais vantajosa em termos de variabilidade genética. O outro mecanismo que evita a autofecundação é a hercogamia, que consiste numa barreira física que impede o grão de pólen de cair no estigma da mesma flor. Em certas circunstâncias, a autofecundação pode ser importante; por exemplo, em regiões muito frias, onde não há insetos polinizadores.
              Uma das razões do sucesso das angiospermas é a presença de mecanismos de transporte do grão de pólen de uma planta até o carpelo de outra (polinização). Isso torna a fecundação independente da água e permite a ampla distribuição desses vegetais pelo habitat terrestre.
              Na maioria das angiospermas, o pólen é levado de uma planta para outra por insetos e outros animais que se alimentam do néctar da planta, havendo mais chances de um grão de pólen ser levado para a planta da mesma espécie. Esse sistema de “polinização dirigida” não apenas permite economia na produção de grãos de pólen mas facilita a fecundação cruzada entre duas plantas distantes.
              Nas gramíneas (capim, arroz, trigo, etc.) são polinizadas pelo vento. Como suas flores não apresentam os atrativos das outras plantas, a produção de pólen é maior, em geral formam grupos numerosos, ficando próximas umas das outras. Os estigmas costumam ser grandes, bem expostos e com ramificações em forma de pelos ou plumas, que facilitam a interceptação dos grãos de pólen.
              A polinização pode ser feita pelo vento (anemofilia), por insetos (entomofilia), por aves (ornitofilia) ou por morcegos (quiropterofilia).






FECUNDAÇÃO
              Quando entra em contato com o estigma, o grão de pólen desenvolve um tubo de citoplasma, o tubo polínico, formado a partir da célula do tubo e que cresce para dentro do estilete, em direção ao ovário. Dentro do tubo, o núcleo da célula geradora dividi-se e origina duas células espermáticas haplóides, que funcionam como gametas masculinos. Chegando ao ovário, o tubo penetra no óvulo, em geral pela micrópila, e promove uma dupla fecundação, característica das angiospermas. Uma célula espermática fundi-se com a oosfera e origina o zigoto, por mitose, se desenvolve em um embrião diplóide. A outra célula espermática fundi-se com os dois núcleos polares e origina a célula mãe do albúmen (3n). Esta sofre mitoses e forma o albúmen ou endosperma, que representa uma reserva nutritiva para o embrião. Esse endosperma é triplóide, e o tecido de reserva das angiospermas é haplóide.


FORMAÇÃO DO FRUTO E DA SEMENTE
              Após a fecundação o ovário transforma-se em fruto e os óvulos, no seu interior, em sementes. O fruto apresenta uma parede pericarpo, formada por três regiões, derivadas de dois tegumentos e do tecido mediano do ovário: epicarpo, mesocarpo (parte comestível, pelo acúmulo de reserva nutritiva) e endocarpo.
              A semente é formada pelo tegumento, proveniente das paredes do óvulo, e pela amêndoa, constituída de embrião e endosperma. Além deste o embrião possui folhas especiais chamadas cotilédones, função de armazenar nutrientes ou transferi-los do endosperma para o embrião.
              A dispersão do fruto por animais é chamada zoocoria, pelo vento, anemocoria, pela água, hidrocoria.

DESENVOLVIMENTO
              A semente germina e origina um novo esporófito. O embrião é formado por radícula, caulículo, gêmula e cotilédone (folha com reserva nutritiva). De inicio, a semente absorve água do ambiente processo chamado embebição – fazendo com que seu volume aumente e a casca se rompa. Na medida em que o embrião se desenvolve, a reserva dos cotilédones ou do endosperma é consumida pela planta. Quando as reservas se esgotam, já existe uma pequena raiz originada pela radícula, com pelos absorventes que servem para retirar água e sais minerais do solo, bem como um tecido (originado da gêmula) com células clorofiladas, para realizar fotossíntese. O caulículo origina a parte inicial do caule (hipocótilo), e a gêmula, parte superior do caule (epicótilo) e as primeiras folhas.



REPRODUÇÃO ASSEXUADA
              Caules ou as folhas das angiospermas, são capazes de originar novos indivíduos a partir de suas gemas ou botões vegetativos. Essa reprodução assexuada é chamada propagação vegetativa. Isso acontece de forma natural em caules subterrâneos e rasteiros, que crescem rentes ao solo, chamados estolhos ou estolões, presentes no morangueiro e na grama. Esses caules formam raízes que originam novos pés de planta.
              Se cortarmos pedaços de cana-de-açúcar ou de batata, cada parte pode originar uma nova planta, desde que tenha uma gema.
              Além de ser mais rápida (para plantar cana-de-açúcar, basta enterrar seus gomos), a reprodução assexuada produz indivíduos geneticamente idênticos ao original. Desse modo, preservam-se determinadas características, que poderiam perder-se com a reprodução sexuada.
              Na estaquia, pedaços de ramos (estacas ou mudas) são enterrados e originam novas plantas.
              Quando a planta não se desenvolve por essa técnica, pode-se usar a mergulhia: enterra-se uma muda sem destacá-la da planta original, até que nasçam raízes. O ramo com raízes é destacado da planta original e plantado separadamente. Outro processo é a alporquia, usado para árvores altas, com ramos difíceis de envergar até o solo. Nesse caso, aplica-se um vaso com terra ao ramo para que este forme raízes.
              Na enxertia, parte de um ramo de uma planta, chamada cavaleiro ou enxerto, é transplantado para outra planta, o cavalo ou porta-enxerto.
              Essas plantas são pouco resistentes a parasitas do solo, são transplantadas para o caule de plantas mais resistentes, porém sem utilidade econômica.


CLASSIFICAÇÃO
              As angiospermas costumavam ser subdivididas em duas classes: monocotyledoneae (monocotiledôneas) e dicotyledoneae (dicotiledôneas), levando-se em conta o número de cotilédones na semente. Atualmente essa classificação passa por modificações.
              Por base na história evolutiva do grupo, as angiospermas podem ser divididas em monocotiledôneas, eudicotiledôneas e mais alguns grupos que podem ser reunidos sob o nome de angiosperma basais. Entre elas há plantas como a fruta-do-conde, a pimenta do reino, o abacate e a vitória-régia, entre outras, que, apesar de apresentarem sementes com dois cotilédones, possuem muitas características em comum com as monocotiledôneas.
              As monocotiledôneas, a maioria é de plantas herbáceas, havendo poucas árvores no grupo, exemplo, as palmeiras, o coqueiro-da-baía, os palmiteiros e a carnaubeira. E as monocotiledôneas herbáceas encontramos nos cereais.                

Nenhum comentário:

Postar um comentário